Elástico de Classe II versus Forsus. Quem leva a melhor?

(Vídeo) Elástico de Classe II ou Forsus. Quando utilizar um, quando utilizar o outro.
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Elástico de Classe II versus Forsus.

Quem leva a melhor?

A verdade é que quando começamos a tratar nossos pacientes, sobretudo os pacientes portadores de Classe II, frequentemente nos vemos diante de uma pergunta:

" Solicito que o paciente utilize elásticos de Classe II para a correção sagital (recurso mais barato e que permite a transferência da responsabilidade do sucesso do tratamento para o paciente) ou invisto em um propulsor mandibular (que é mais caro, mas que supostamente apresenta resultados melhores)? "

A resposta é que a decisão entre um ou outro não é uma preferência pessoal, é sim (e mais uma vez), uma escolha planejada. Planejamento é TUDO!

Sobre este tema, me lembro de duas coisas que me marcaram. A primeira lembrança é a de meus primeiros professores de Ortodontia (em 2001) me alertando sobre os efeitos danosos do uso excessivo de elásticos em meus pacientes.

Diziam que os incisivos inferiores proclinavam, o plano oclusal girava muito, os molares extruiam e a mordida do paciente abria.

Sim, isto tudo é VERDADE, sobretudo quando feito sem nenhum tipo de controle de ancoragem.

A segunda coisa que me recordo é da euforia da chegada dos novos aparelhos propulsores no mercado, em especial o Forsus (da 3M), o Power Scope (American Orthodontics) e o Twin-Force ( Ortho Organizers), como se estes aparelhos, de fato, promovessem um resultado melhor que o uso dos elásticos para a correção da Classe II.

E isto também é verdade?

Não é uma verdade, pelo menos, não completamente.

Isto era tão nebuloso pra mim, que resolví, em 2013, avaliar os efeitos que cada modalidade de tratamento proporcionava (de bom e de ruim) para o paciente, na dissertação do meu mestrado, e para minha surpresa o resultado mostrou que os efeitos esqueléticos e dento-alveolares são muito semelhantes entre os dois grupos avaliados.

Ou seja, a quantidade de inclinação vestibular dos incisivos inferiores, o giro do plano oclusal, o comprometimento das relações verticais entre os arcos são muito semelhantes entre si.

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E por quê eu tenho a sensação clínica que os propulsores apresentam resultados melhores que àqueles tratados com elásticos?

Por 3 motivos:

O primeiro é o fato de que os ortodontistas têm uma tendência maior a utilizar propulsores em Classes II de grande severidade (mais do que ½ Classe II) e em pacientes que apresentam naturalmente incisivos mais retroinclinados. Elásticos intermaxilares são mais utilizados em Classes II de pequena magnitude, e com incisivos mais vestibularizados.

O segundo ponto é que quando utilizamos propulsores, naturalmente nos preocupamos mais com o controle de ancoragem (barra palatina para os molares superiores, torque lingual resistente para os incisivos inferiores, uso de fios de aço de alto calibre, conjugados metálicos em todos os dentes, etc) do que quando utilizados elásticos (não usamos nada) simplesmente porque temos a falsa impressão que os elásticos liberam menos força que os propulsores.

E por último e mais importante, porquê os propulsores, por serem dispositivos fixos, acabam trabalhando ininterruptamente. Já os elásticos dependem da colaboração do nosso paciente.

Isto acaba tendo um reflexo no tempo total de tratamento que é, de fato, mais curto com o uso de propulsores quando comparado ao grupo de pacientes que fizeram uso de elásticos.

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Desta forma, ambos as mecânicas podem e devem ser utilizadas em todas as severidades de Classe II, de baixa a alta, desde que se utilizem os mesmos grandes recursos de ancoragem que utilizamos seletamente para os propulsores.

E o último ponto que deve nortear sua decisão é o grau de colaboração de seu paciente.

Pacientes colaboradores poderão ser tratados com elásticos e os não-colaboradores deverão, sempre que possível, ser abordados com mecânicas fixas, ok?

Saiba mais sobre Elásticos de Classe I, wink


Sobre o autor:

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MSc. Giovanni de Carvalho

Nosso C.E.O possui graduação em Odontologia pela Fundação Universidade de Itaúna (2002), pós graduação em Ortodontia, Implantodontia e Cirurgia Oral Menor, especialização em Ortodontia e Ortopedia Facial , mestrado em Ortodontia pela Faculdade Ingá - Maringá/PR. Foi Professor e Sub-coordenador do Curso de Especialização em Ortodontia da Ortoprev / São Leopoldo Mandic - Ipatinga.

Atualmente é coordenador e professor dos cursos de especialização do Centro de Estudos e Tratamento da Odontologia (CETRO/BH).

Foi o idealizador e proprietário da plataforma de ensino Cetro Online.

Proprietário de Consultório Particular, colaborador científico dos braquetes Infinity, palestrante e autor de diversos artigos.

É membro atuante do conselho editorial da revista científica Journal of Oral Health and Dental Care. Idealizador, proprietário e produtor de conteúdo da plataforma de ensino Manhattan - Consultoria de Casos Clínicos.

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