Indicações para o uso do "Botox" que você nem sonhava (literalmente)!

Se você não conhece estas indicações, provavelmente está passando as noites em claro.
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Muito além da estética

"Utilizada em casos de blefaroespasmo, movimentos involuntários dos músculos perioculares, bruxismo, distonia oromandibular, contração persistente dos músculos mastigatórios, espasmo hemifacial, síndrome da dor miofascial, além de outras disfunções neuromusculares, luxação da ATM, hiperidrose palmar ou axilar, e até ronco."

Que hoje, a toxina botulínica é a nova melhor amiga das mulheres (e de muitos homens) não se discute. Que esta substância têm um papel cada vez mais relevante para nós, Ortodontistas, também não. Porém, o que, talvez, você não saiba é a quantidade de estudos que envolvem o uso desta toxina para o tratamento de uma infinidades de outras patologias.

As pesquisas sobre a utilização da toxina botulínica como método terapêutico começaram a ser realizados por Scott (1973). Estes trabalhos mostravam que a droga agia efetivamente nos músculos extra-oculares de macacos, corrigindo o estrabismo. Mais tarde, Scott (1980) iniciou os estudos em humanos.

A partir de então, o interesse pela toxina botulínica cresceu e sua aplicação como método terapêutico foi ampliada. Hoje a droga é utilizada em casos de blefaroespasmo, movimentos involuntários dos músculos perioculares, distonia oromandibular, contração persistente dos músculos mastigatórios, espasmo hemifacial, síndrome da dor miofascial, além de outras disfunções neuromusculares.

Em 1998, um estudo piloto usou a toxina botulínica para tratamento das DTM. Pacientes que sofrem de bruxismo, dores nos músculos mastigatórios possuem hoje mais uma alternativa de tratamento.

Dores de origem muscular que repercutem na ATM estão sendo tratadas com injeção de toxina botulínica nos músculos mastigatórios, promovendo a melhora da dor. Pacientes que sofrem de deslocamento recorrente da ATM, bruxismo e distonia oromandibular também podem ser tratados com injeções de toxina botulínica tipo A nos músculos correspondentes.

Mas... e o tratamento do ronco (estridor vocal)?

A obstrução à passagem do ar causada por alteração da motilidade da musculatura posterior do palato é uma das causas mais comum de estridor vocal. O paciente em repouso relaxa a musculatura do palato mole, permitindo o seu descenso, e desta forma, obstrui parcialmente a passagem de ar.

Este último, ao impelir contra a musculatura posterior do palato e da úvula, promove vibrações que ressoam na caixa craniana em forma de som, estando o paciente com a boca aberta ou fechada. A toxina botulínica injetada nesta região, unilateralmente, minoriza a motilidade muscular, diminuindo desta forma, a produção de ruídos, ao dormir.

"E aí, cara leitora, ao sugerir esta abordagem terapêutica ao seu marido (namorado), o mesmo rechaçou instantaneamente sua idéia por receio de sentir dor, no momento da aplicação? Bem, neste caso, o próximo parágrafo pode servir de estímulo a ele..."

Em casos mais severos, a excisão de parte do palato mole combinado com a excisão total ou parcial da úvula, a lateralização da prega vocal, e a separação da cricóide posterior com enxerto de cartilagem costal têm sido propostos. "Creio que a decisão ficou mais fácil agora, não é mesmo?"

Nem tudo são flores...

A terapêutica com toxina botulínica é contra-indicada para pacientes que sofrem de doenças neuromusculares, como: miastenia gravis, distúrbio de transmissão neuromuscular associado com fraqueza e fadiga anormais ao exercício; síndrome de Lambert Eaton, doença autoimune adquirida, muitas vezes associada ao adenocarcinoma de pulmão.

Ambas as doenças irão diminuir a liberação de acetilcolina no sítio pré-sináptico da placa neural. Mulheres grávidas e/ou em período de lactação, pacientes que usam aminoglicosídeos e que possuem reações alérgicas à toxina também não podem utilizar a droga.

MSc. Giovanni de Carvalho


Fonte:

AMANTÉA, D.V.; NOVAES, A.P.; CAMPOLONGO, G.D.; PESSOA de BARROS, T. Using type A botulinum toxin in pain and temporomandibular joint dysfunction. JBA, Curitiba, v.3, n.10, p.170-173, abr./jun. 2003.

King, EF and Blumin, JH. Vocal cord paralysis in children. Curr Opin Otolaryngol Head Neck Surg 17:
483–487 (2009).

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