Jogo dos 7 Erros - Uso de Cantilever

7 pontos capitais que devem ser melhorados para você extrair o máximo do uso de cantileveres
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Jogo dos 7 Erros - Uso de Cantilever

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O uso de um cantilever (ou braço de força de extremidade livre) é um dos mecanismos mais eficientes para a verticalização de molares inferiores.

Ele é especialmente eficiente porque minimiza os efeitos que uma ancoragem recíproca promovida por uma mecânica com arco contínuo tende a provocar.

Porém, é sempre necessário se atentar ao conjunto de forças gerado por este sistema a fim de se obter os melhores resultados e o menor número de efeitos deletérios, decorrentes desta prática.

Na foto a seguir, separei 7 pontos capitais que podem (e devem) ser melhorados para você extrair o máximo do uso de cantileveres.

Você saberia nos dizer quais são eles? Enxergou mais de 7 erros? Conte pra gente.

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1 - M = F x d.

Todo corpo, quando submetido a uma força, respeita a 1º Lei da Biomecânica Ortodôntica.

Assim sendo, segundo a fórmula acima, a quantidade de angulação que a coroa do molar deverá sofrer para distal (M) é igual e diretamente proporcional a força exercida pelo cantilever (F) vezes a distância do ponto de aplicação desta força até o centro de resistência do corpo a ser movimentado (d). E é justamente aí, na variável (d) que mora o problema.

Por se tratar de uma variável diretamente proporcional ao Momento (M), quanto menor a distância entre a coroa do molar (representado pelo braço do cantilever) e a cabeça do minimplante, menor será a capacidade de angulação (para distal) da coroa deste dente.

E pior: Maior será o efeito extrusivo sobre o corpo movimentado.

Para não errar mais: Faça um braço de força longo, com o gancho anterior apoiado em um minimplante instalado entre o canino e o incisivo lateral ou entre o 1º pré-molar e o canino.

2 - Fio de aço 0,019 X 0,025", porém, sem helicóide.

Devemos utilizar esta liga metálica sempre com muito cuidado. Isto porque ligas de aço inoxidável possuem um alto módulo de elasticidade, ou seja, liberam muita "força" para cada milímetro de ativação (ou deflexão, neste caso).

Para não errar mais: Faça um cantilever de aço com helicóide, na mesial do tubo do molar angulado, ou utilize ligas de titânio-molibdênio (TMA).

3 - Presença de dobra distal na extremidade do cantilever.

A ideia da dobra foi impedir o movimento distal da coroa do molar; permitindo com isso, um movimento radicular "puro" para mesial.

Infelizmente, isto não acontece na prática, pois a força e o tempo de mecânica são relativamente pequenos. Somado a estes fatos, leve em consideração a direção da força aplicada e a densidade óssea, e você concluirá desta forma que, uma dobra distal na extremidade de um cantilever produzirá apenas um efeito possível: Impedir o movimento de verticalização.

Para não errar mais: Libere a região distal do cantilever para que a coroa do molar possa se movimentar (para distal) livremente.

4 - Falta desoclusão entre os arcos dentários.

A interferência entre as cúspides dos dentes superiores e inferiores poderão dificultar o movimento de verticalização.

Para não errar mais: Desoclua os arcos com batentes anteriores pré-fabricados (bite-turbos) ou de resina.

5 - Rotação da extremidade livre do cantilever sobre o minimplante.

O movimento de verticalização dos molares inferiores é sempre acompanhado, em maior ou menor grau, por uma boa dose de extrusão. É um erro pensar que apoiar o seu braço de força sobre a cabeça de minimplante impedirá isso. O minimplante, neste caso, serviu apenas para evitar o efeito intrusivo que seu cantilever produziria na região anterior, caso sua extremidade livre fosse apoiada sobre o fio contínuo do alinhamento. O que já é louvável.

Por outro lado, a desativação da deflexão presente no braço do cantilever fará o gancho da extremidade livre rotacionar sobre a cabeça do minimplante permitindo que o molar extrua com o movimento de verticalização.

Para não errar mais: Preencher a extremidade livre do cantilever e a cabeça do minimplante com resina flow minimizará a rotação.

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6 - Minimplante instalado na crista alveolar.

Minimplantes instalados em uma posição muito alta tendem a perder a estabilidade facilmente e/ou transpassar (atravessar) o osso mandibular.

Para não errar mais: Instale o minimplante em um posição um pouco mais baixa. Desta forma, sua mecânica se beneficiará com uma ancoragem bi-cortical e estável.

7 - Falta um protetor de fio no braço do cantilever.

Fios ortodônticos passando próximos a gengiva ou a bochecha tendem a causar lesões nestes tecidos moles. Isto acontece porque, ao dormir com a cabeça sobre o travesseiro, o paciente inconscientemente pressiona estes segmentos de fios contra seus tecidos moles, causando muitas vezes, irritações ou mesmo injúrias.

Para não errar mais: Instale uma cânula protetora de fios no braço do cantilever. Lembre-se que existem dois diâmetros disponíveis no mercado para compra: Um para fios redondos e outro para fios retangulares. Neste caso, prefira o diâmetro maior; ou seja, para fios retangulares.

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Dica Extra: A técnica fotográfica não está mal, mas sempre que possível, seque o campo a ser fotografado. O efeito de um plano oclusal seco é fantástico!

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Sobre o autor:

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MSc. Giovanni de Carvalho

Nosso C.E.O possui graduação em Odontologia pela Fundação Universidade de Itaúna (2002), pós graduação em Ortodontia, Implantodontia e Cirurgia Oral Menor, especialização em Ortodontia e Ortopedia Facial , mestrado em Ortodontia pela Faculdade Ingá - Maringá/PR.

Foi Professor e Sub-coordenador do Curso de Especialização em Ortodontia da Ortoprev / São Leopoldo Mandic - Ipatinga. Atualmente é coordenador e professor dos cursos de especialização do Centro de Estudos e Tratamento da Odontologia (CETRO/BH).

Foi o idealizador e proprietário da plataforma de ensino Cetro Online. Proprietário de Consultório Particular, colaborador científico dos braquetes Infinity, palestrante e autor de diversos artigos. É membro atuante do conselho editorial da revista científica Journal of Oral Health and Dental Care.

Idealizador, proprietário e produtor de conteúdo da plataforma de ensino Manhattan - Consultoria de Casos Clínicos.

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