Mordida Aberta Dentária versus Mordida Aberta Esquelética. Quais as diferenças?
Mordida Aberta
O termo Mordida Aberta significa ausência de contato vertical entre os dentes, produto do desenvolvimento vertical posterior excessivo e/ou do desenvolvimento vertical anterior insuficiente, impedindo que um ou mais dentes contactem verticalmente com os dentes correspondentes do arco oposto.
A mordida aberta ou trespasse vertical negativo é encontrado, geralmente, na região anterior, mas também pode ocorrer na região posterior (uni ou bilateral) e até mesmo ser total (quando o contato vertical entre os dentes ocorre apenas nos últimos dentes). Apresentam, basicamente, duas etiologias (além da etiologia combinada), que são: A etiologia dentária ou a etiologia esquelética.
Tipos de Mordida Aberta
Mordida Aberta Dentária:
Ocorre exclusivamente por deficiência dos fatores dentoalveolares. São muitas vezes associadas a hábitos deletérios, não apresentam alteração de suas bases ósseas e podem vir acompanhadas com outras alterações oclusais (como por exemplo, o cruzamento da mordida nas regiões posteriores ou a proclinação dos incisivos).
Tem um formato circular, apresentam clinicamente incisivos com irrupções incompletas e não se estendem além dos caninos. Ou seja, os caninos ficam estáveis no plano oclusal e não apresentam seus posicionamentos verticais comprometidos.
Estão associadas a problemas exclusivamente dentários, ou seja, a causa principal é o posicionamento vertical dos dentes anteriores e não seus ossos de suporte. Desta maneira, vale ressaltar que não apresentam componentes genéticos ou hereditários e em geral não comprometem nenhum aspecto facial (como por exemplo, o terço inferior da face aumentado).
São mais comumente encontradas em pacientes com padrão horizontal de crescimento (braquifaciais) ou naqueles com equilíbrio destes vetores de crescimento (mesofaciais).
Mordida Aberta Esquelética:
Nestes casos é possível evidenciar deformidades nas apófises alveolares (comprometimento esquelético). Ao contrário do que ocorre nas mordidas abertas dentoalveolares, às de origem esquelética são associadas a fatores genéticos e não a causas ambientais; e frequentemente, vêm acompanhadas com alterações nas proporções dos terços faciais (terço inferior da face aumentado em relação ao terço médio).
Apresentam um formato retangular, com início e final da maloclusão mal definidos e com caninos incluídos na mordida aberta. Uma outra característica muito comum é a evidência clínica de incisivos totalmente erupcionados.
O grande responsável pela formação deste tipo de alteração é o crescimento hiperdivergente das bases ósseas. Característica comum em pacientes dolicofaciais.
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Sobre o autor:
MSc. Giovanni de Carvalho
Nosso C.E.O possui graduação em Odontologia pela Fundação Universidade de Itaúna (2002), pós graduação em Ortodontia, Implantodontia e Cirurgia Oral Menor, especialização em Ortodontia e Ortopedia Facial, mestrado em Ortodontia pela Faculdade Ingá - Maringá/PR e doutorando em Ciências Biomédicas (ênfase em Ortodontia) - Instituto Italiano Universitário de Rosário (ARG).
Foi Professor e Sub-coordenador do Curso de Especialização em Ortodontia da Ortoprev / São Leopoldo Mandic - Ipatinga. Atualmente é coordenador e professor dos cursos de especialização do Centro de Estudos e Tratamento da Odontologia (CETRO/BH).
Foi o idealizador e proprietário da plataforma de ensino Cetro Online. Proprietário de Consultório Particular, colaborador científico dos braquetes Infinity, palestrante e autor de diversos artigos. É membro atuante do conselho editorial da revista científica Journal of Oral Health and Dental Care. Idealizador, proprietário e produtor de conteúdo da plataforma de ensino Manhattan - Consultoria de Casos Clínicos.