Tudo o que (de fato) você precisa saber sobre fios ortodônticos ? Fios NiTi

(Vídeo) Uma conversa casual sobre quando e porquê utilizar as principais ligas dos fios ortodônticos
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Tudo o que (de fato) você precisa saber sobre fios ortodônticos – Fios de Níquel-Titânio


Uma conversa casual, um bate-papo com 5 alunos (ao final de uma aula presencial) sobre os alguns pontos fundamentais que todo ortodontista deve saber sobre as ligas metálicas dos fios ortodônticos.

Vantagens e desvantagens. Quando e porquê utilizar as principais ligas. Elas serão abordadas segundo a ordem (mais provável) de utilização em nossos consultórios.

OBS. Obrigado ao aluno João Neto pela gravação e disponibilização deste material.

É importante destacar que este vídeo não tem e não teve, em nenhum momento, a pretensão de abordar todos os aspectos e particularidades sobre este vasto e complexo tema (nem seria possível).

Encare este material apenas como um roteiro para o início de estudos mais aprofundados ou como um guia para tomada de decisões em seu consultório.

São várias as ligas (metálicas) interessantes para a utilização em tratamentos ortodônticos (em geral). Na verdade, é certo que existem várias ligas metálicas diferentes para esta finalidade (na verdade, não são tantas assim).

Porém, em uma primeira análise, o ortodontista deve se ater a quatro ligas principais que ele vai (quase) sempre utilizar em um tratamento ortodôntico.

São elas: As ligas de níquel-titânio (NiTi), a liga de aço inoxidável, a de titânio-molibdênio (TMA) e a liga de cromo-cobalto (ex. Elgilloy / RMO).

Com o conhecimento destas quatro ligas, você conseguirá executar todas (ou quase todas) as fases do tratamento ortodôntico e todas (ou quase todas) as mecânicas dentro deste propósito; sejam estas mecânicas voltadas para o reposicionamento amplo dos dentes ou mecânicas específicas para um grupo de dentes (por ex. o uso de uma alça de TMA para a verticalização de um molar mesializado).


Quando utilizar cada uma delas e quais as características as definem?

A liga de níquel-titânio é aquela que apresenta a maior memória de forma (efeito mola) de todas que conhecemos.

Em 1963, as ligas de níquel-titânio foram desenvolvidas no Laboratório Naval Americano, em Silver Springs - Maryland, pelo pesquisador Willian Buehler.

Ele observou pela primeira vez o chamado " efeito memória de forma" desse material. Não havia ainda aplicação dessa liga na Ortodontia.

Em 1972, a Unitek Corporation produziu essa liga para uso clínico, sob o nome comercial de Nitinol®, composta por 55% de níquel e 45% de titânio, numa estrutura equiatômica.

Entretanto, naquela época, a liga não possuía efeito memória de forma ou superelasticidade. Mesmo assim, foi considerada como um avanço para a obtenção de forças leves sob grandes ativações.

Em 1976, várias marcas de fios de níquel-titânio foram colocadas no mercado ortodôntico e os mesmos foram caracterizados como materiais de alta recuperação elástica e baixa rigidez, ganhando vasta aceitação clínica por essas propriedades.

Não apresentavam, entretanto, efeitos de termoativação nem superelasticidade.

A característica de memória de forma (alta capacidade de recuperação elástica) é essencial porque tudo o que queremos, nas fases iniciais do tratamento ortodôntico, é promover o alinhamento e nivelamento dos dentes (das coroas dos dentes, melhor dizendo).

Pense comigo: Note que os arcos de NiTi que compramos vêm pré-contornados e com o formato exato de um arco totalmente alinhado e nivelado.

Quando inserimos este fio (com alta capacidade de recuperação elástica – ou alta devolução elástica) em um rebordo alveolar que apresenta dentes totalmente apinhados, notaremos a movimentação destes elementos dentários para vestibular, como resposta a força liberada sobre as coroas destes dentes.

Ao final deste processo (respeitando todas as trocas graduais da sequência de fios de um alinhamento), os dentes deverão assumir um posicionamento semelhante ao formato do arco de NiTi previamente instalado (o seu contorno inicial/original).

Por outro lado, é importante se lembrar que esta mesma liga de níquel-titânio também apresentará uma desvantagem (efeito negativo) que é a hiperexpansão.

Ao liberar força sobre as coroas dos dentes, os arcos de NiTi tenderão a projetar os dentes para a parte mais externa dos rebordos alveolares (ou seja, para as regiões periféricas dos ossos alveolares); o que ao menos teoricamente, são regiões onde os dentes assumirão posições mais instáveis e com maiores chances de recidivas.

E é exatamente para contrapor este ponto negativo que entra a nossa segunda liga metálica que é o aço inoxidável.

O aço inoxidável é, historicamente, uma das ligas mais usadas e estudadas por nós, ortodontistas; mas isto já é assunto para o próximo vídeo desta incrível série...

Para saber tudo sobre fios de Aço Inoxidável em Ortodontia, clique abaixo:


Fonte para Consulta:

Cátia Cardoso Abdo QuintãoI; Ione Helena Vieira Portella Brunharo
Rev. Dent. Press Ortodon. Ortop. Facial vol.14 no.6 Maringá Nov./Dec. 2009

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